sexta-feira, 26 de março de 2010

S. Ludgero, bispo, +809

Nasceu em 743 em Zuilen, Friesland (moderna Holanda). Estudou sob a direção de São Gregório de Ultrecht (do qual escreveu a biografia). Foi enviado a Deventer em 775 para restaurar uma capela destruída pelos pagãos saxões e recuperar as relíquias de São Lebwin que havia construído a capela. Ordenado em Colonia em 777. Peregrino a Roma em 785, encontrou-se com o Papa Adraino I e os dois trocaram conselhos. Viveu como monge beneditino em Monte Casino de 785 a 787. A pedido de Carlos Magno, retornou a Friesland como missionário. Foi uma expedição bem sucedida e ele construiu um Mosteiro em Weden para servir de base as suas jornadas. Construiu um Mosteiro em Mimigernaford como centro do trabalho missionário e serviu como Abade. A palavra “monasterium” deu o nome à cidade que cresceu ao redor da casa: Munster. Construiu várias pequenas capelas em toda a região. Foi o primeiro Bispo da Munster em 804, sendo ordenado em Wesphalia. Sua saúde piorou nos últimos anos, mas ele nunca reduzia a sua carga de trabalho. Faleceu na tarde de 26 de março de 809 (sábado da Paixão) de causas naturais e foi enterrado em Werden. O seu túmulo tornou-se local de peregrinação e vários milagres foram creditados a sua intercessão. Assim suas relíquias foram trasladadas para a Catedral de Munster onde tem o seu santuário.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Solenidade da Anunciação do Senhor


Deus que, no decorrer dos séculos, enviou os profetas para transmitir aos homens a Sua palavra, ao chegar a plenitude dos tempos, envia o Seu próprio Filho, o Seu Verbo, a Palavra feita Carne. Contudo, o Pai das misericórdias quis que a Encarnação fosse precedida da aceitação por parte daquela que Ele predestinara para Mãe, para que, “assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida “ (Lumen Gentium, 56). No momento da Anunciação, através do Anjo Gabriel, Deus expõe a Maria os Seus desígnios. E Maria, livre, consciente e generosamente, aceita a vontade do Senhor a seu respeito, realizando-se assim o mistério da Encarnação do Verbo. Nesse momento, com efeito, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade começa a Sua existência humana. O Filho de Deus faz-Se Filho do Homem. O Deus Altíssimo torna-Se o “Deus connosco”. Ao celebrar este mistério, precisamente nove meses antes do Natal, a Solenidade da Anunciação orienta-nos já para o Nascimento de Cristo. No entanto, a Encarnação está intimamente unida à Redenção. Por isso, as Leituras (especialmente a segunda) introduzem-nos já no Mistério da Páscoa.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Beato Diogo José de Cádiz, religioso, +1801


Este religioso Capuchinho andou sempre a pé e as suas viagens estendem-se da Extremadura a Roma. As suas pregações dirigiam muitas vezes a multidões de 40 e 60.000 almas, desde a nobreza aos mais pobres, dos intelectuais aos mais simples. Alimentava a alma com várias horas por dia de oração mental. A missão concreta da sua vida e o porquê da sua existência poderiam resumir-se nesta única afirmação: foi o enviado de Deus à Espanha no fim do séc. XVIII e o autêntico missionário do povo espanhol que se desfazia o Império. O Beato Diogo descrevia assima sua vocação religiosa: "Todo o meu afã era ser capuchinho, para ser missionário e santo". E foi tudo isto até que partiu para o Paraíso em 1801.



Santa Catarina da Suécia, virgem, religiosa, +1381


 Nasceu na Suécia, de família ligada aos reis. Sua mãe era Santa Brígida, que após o falecimento do esposo, se tornou uma peregrina até instalar-se em Roma.  Catarina foi formada na Abadia de Bisberg, permanecendo ali até casar-se. Não demorou muito tempo e seu esposo veio a falecer. Tinha um coração rendido a uma intimidade profunda com Deus, abriu-se a uma consagração total e foi viver junto de sua mãe em Roma, onde permaneceram por 23 anos.

terça-feira, 23 de março de 2010

São Turíbio de Mogrovejo, bispo, +1606


Era advogado e membro destacado do Tribunal da Santa Inquisição, no sul da Espanha. Embora fosse leigo, seu conhecimento teológico e sua piedade fizeram com que fosse nomeado arcebispo de Lima, pelo Papa Gregório XIII. Recebeu as ordens menores, foi ordenado sacerdote e pouco depois recebeu a ordenação episcopal. Modelo de pastor e de verdadeiro benfeitor dos índios, durante 25 anos dedicou-se incansavelmente ao apostolado no Peru.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Igreja: Proclamações Dogmáticas dos Papas

1 - Em 449, a carta do Papa São Leão Magno a Flaviano, bispo de Constantinopla: “em Cristo há uma só Pessoa (a Divina) e duas naturezas” (divina e humana). Esta carta foi enviada pelo Papa ao Concílio Ecumênico de Calcedônia, no ano 451 e os Padres conciliares a consideraram como um documento definitivo e obrigatório para todos os fiéis. O Papa reprimia assim a heresia chamada monofisitismo ou monofisismo.

2 - Em 680, a carta do Papa S. Agatão “aos imperadores” afirmava, em termos definitivos, haver em Cristo duas vontades distintas, a Divina e a humana, sendo porém que a vontade humana ficava em tudo moralmente submissa à vontade divina. Assim o Papa reprimia a heresia do monotelitismo, que afirmava haver em Cristo apenas uma vontade, a divina. O documento foi enviado pelo Papa à assembléia do Concílio de Constantinopla III (680/681), a qual a aceitou com aplausos.

3 - Em 1302, o Papa Bonifácio VIII, através da Bula “Unam Sanctam”, “declara, afirma, define e pronuncia que toda criatura humana está sujeita ao Romano Pontífice”. Esta sentença deve ser entendida no quadro histórico da época, e quer dizer que o Papa tem jurisdição sobre toda e qualquer criatura humana “ratione peccati”, isto é, na medida em que as atividades de determinada pessoa dizem respeito à vida eterna, e não nas atividades administrativas dos governos civis.

4 - Em 1336, através da Constituição “Benedictus Deus”, o Papa Bento XII definiu que, logo após a morte corporal, as almas totalmente puras são admitidas à contemplação da essência de Deus face à face.

5 - Em 1520, através da Bula “Exsurge Domine”, o Papa Leão X condenou 41 proposições de Lutero como heréticas.

6 - Em 1653, através da Constituição Apostólica “Cum Occasione” o Papa Inocêncio X reprovava as cinco proposições extraídas da obra “Augustinus” de Cornélio Jansenius, definindo-as como heréticas.

O jansenismo (de Cornelius Jansenius), influenciado pelas idéias de Lutero sobre o pecado original, ensinava um conceito pessimista sobre a natureza, julgando-a escravizada à concupiscência e ao pecado; em conseqüência, admitiam que o homem só pode praticar o bem em virtude de irresistível influxo da graça de Deus. O pessimismo Jansenista ainda era acentuado pela tese de que Cristo não remiu todos os homens, mas apenas os predestinados. Essas heresias foram condenadas por Inocêncio X.

7 - Em 1687, através da Constituição “Caelestis Pastor”, o Papa Inocêncio XI condenou como heréticas 68 proposições de Miguel de Molinos (†1696), sobre o Quietismo, que era uma tendência mística que coincidia a perfeição espiritual com tranqüilidade e passividade da alma, de modo que o cristão não desejava mais a sua bem aventurança eterna, nem a aquisição da virtude; qualquer tendência nele estaria extinta. A alma colocada neste estado de aniquilamento não pecaria mais, e não seriam mais necessárias as orações vocais, as práticas de piedade e a luta contra as tentações.

8 - Em 1699, através da Constituição “Cumm alias”, o Papa Inocêncio XII condenou 23 proposições de François de Salignac Fènelon, da obra “Explications des máximes des Saints sur la vie intérieure”, que pretendiam renovar o Quietismo, apresentando-o como modalidade de puríssimo amor a Deus.

9 - Em 1713, através da Constituição “Unigenitus”, o Papa Clemente XI condenou 101 afirmações do livro “Reflexions Moralis” de Pascássio Quesnel (†1719). Era de novo o Jansenismo, com suas concepções pessimistas. É relevante lembrar aqui que foi na crise jansenista que se deram as aparições do Sagrado Coração de Jesus (1673-1675) à Santa Margarida Maria Alocoque, que sobretudo lembrava ao mundo a misericórdia de Deus e o Amor de Cristo que se fez homem, em oposição às teses do jansenismo pessimista.

10 - Em 1794, através da Constituição “Auctorem Fidei”, o Papa Pio VI condenava 85 teses heréticas promulgadas em 1786 pelo Sínodo de Pistoria (Toscana), que eram a expressão radical do nacionalismo e do despotismo de Estado que haviam começado a crescer nos tempos de Felipe IV, o Belo, da França. Essa mentalidade levava os soberanos católicos a pretender criar Igrejas regionais, independentes do Papa, subordinando a Igreja ao Estado. Entre outras coisas pretendia a abolição da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, das procissões, das imagens, das indulgências, das espórtulas da Missa e outros serviços religiosos, redução das Ordens e Congregações Religiosas a um tipo só, jansenista.

11 - Em 1854, pela bula “Inefabilis Deus”, o Papa Pio XI definiu o dogma da Imaculada Conceição de Maria.

12 - Em 1950, pela Constituição “Munificientíssimus Deus”, o Papa Pio XII definiu o dogma da Assunção de Nossa Senhora ao Céu, de corpo e alma.

O Espírito Santo não se contradiz:
- A Igreja já realizou 21 Concílios Universais (Ecumênicos) e nunca um contradisse outro.
- Nunca um papa revogou uma bula pontifícia de um antecessor.

Fonte: D. Estevão Bettencourt, revista “Pergunte e Responderemos” (nº 381, pp. 67 a 72, 1994).



Segunda-feira da 5ª semana da Quaresma

Hoje a Igreja celebra:

Santa Catarina de Génova, viúva, +1510

Nasceu em 1447, filha de Giacopo Fieschi e Francesca di Negro, em Genova, Itália. Era a mais nova de 5 filhos. Embora desejasse uma vida religiosa, foi obrigada a casar-se com Jualiano Adorno quando seu pai morreu. O estilo de vida de Juliano provocou-lhe grande desgosto e ficaram reduzidos à miséria. Catarina conseguiu convertê-lo e ele tornou-se um irmão da Ordem Terceira de São Francisco, tendo concordado em viver com ela como irmãos e em estrita continência. Catarina tornou-se famosa pelos seus trabalhos nos hospitais e nos bairros pobres da cidade. Em 1479, o casal foi trabalhar no hospital de Pammetone e Catarina foi nomeada diretora da instituição em 1490. Ela quase morreu na praga de 1493 mas recuperou milagrosamente apesar da praga ter matado 3/4 dos habitantes da cidade. Veio a falecer em 14 de Setembro de 1510 e logo o seu túmulo passou a ser local de peregrinação e vários milagres foram atribuídos à sua intercessão. Foi canonizada em 1737 pelo Papa Clemente XII.


S. Zacarias, papa, +752

O Papa São Zacarias era natural da Calábria (Itália). Foi eleito em 441, num período caracterizado pela hostilidade de Bizâncio e dos lombardos contra o ducado romano, pôs em risco a sua vida ao lutar contra os lombardos, cujo rei devolveu à Igreja as terras que havia tomado. Favoreceu a evangelização da Germânia por S. Bonifácio e colaborou na primeira reforma da Igreja franca, com o apoio de Pepino o Breve, cuja coroação como rei dos francos aprovou. Esta foi a primeira investidura de um soberano por parte de um pontífice. Soube que mercadores de Veneza traficavam escravos cristãos para os mouros, pelo que os comprou de volta, dando-lhes a liberdade. Faleceu em 22 de Março de 752.


domingo, 21 de março de 2010

5º Domingo da Quaresma - Ano C

Hoje a Igreja Celebra:

S. Nicolau de Flue, eremita, confessor, +1487
 
Nicolau de Flue, mais conhecido por Irmão Klaus, tem enorme popularidade na Suíça da qual foi proclamado padroeiro por pelo Papa Pio XII e onde é festejado no dia 25 de Dezembro. Nasceu no ano de 1417 em Flueli, perto de Sachseln, no cantão de Obwalden. Embora quisesse adoptar a vida eremítica, não conseguiu fugir de alguns cargos civis: conselheiro, juiz e deputado. Em 1445, casou-se com Doroteia Wyss: tiveram cinco filhos e cinco filhas. Um deles foi vigário de Sachseln e um neto, Conrado, morreu santo.


Existem provas históricas e testemunhos incontestáveis de que ele passou um período de 19 anos e meio alimentando-se unicamente com a eucaristia. A sua mais freqüente oração era: Ó meu Deus e meu Senhor, afasta de mim tudo o que me afasta de ti. Ó meu Senhor e meu Deus, dá-me tudo o que me aproxima de ti. Ó meu Senhor e meu Deus, livra-me de mim mesmo e concede-me possuir-te somente a ti”.

Edificados pelas suas orações e penitências, os seus vizinhos edificaram-lhe uma ermida e uma capela. Foi consagrada em 1469 São Nicolau morreu no dia em que completou 70 anos (1487).

Trânsito de S. Bento

São Bento terá anunciado a sua morte iminente, embora nada o fizesse prever. Mandou abrir a sua própria civa, junto à campa da irmã, Escolástica, morta poucos dias antes. Pouco depois, foi atacado de violenta febre, pediu a comunhão e exalou o último suspiro. Nesse mesmo dia, dois monges, em lugares separados, tiveram a mesma visão: uma escada adornada que levava da terra ao céu e um homem de aspecto venerável que lhes dizia ter sido por ali que Bento teria subido.

sábado, 20 de março de 2010

Sádado da 4ª semana da Quaresma

Hoje a Igreja celebra: 

1 - São Martinho de Braga, bispo, +580

 
Nascido em território que atualmente pertence à Hungria, transferiu-se para a Península Ibérica, depois de ter sido durante algum tempo monge na sua terra natal. Foi bispo de Braga, a Sé Primacial de todas as Espanhas. Era muito grande sua erudição e deixou escritos de grande valor. Conhecido também como S. Martinho de Dume.






Santa Eufêmia, virgem e mártir, + 300



Nasceu na Calcedônia, uma cidade perto de Constantinopla, numa família nobre e respeitável, foi criada nos ideais cristãos, que faziam dela um exemplo de virtude e beleza junto dos habitantes. Frequentou a escola, por isso nas suas imagens aparece com um manto de estudante (da época).


Torturada de maneira cruel, onde era usada uma roda de moinho, sempre se manteve fiel à sua fé e manteve intacta a sua decisão de nunca trair a Deus. Entregaram-na aos leões, que acabaram por matá-la, mas não danificaram o seu corpo ou a comeram, deitando-se a seu lado como que a protegê-la de mais sofrimentos. O seu corpo continua preservado numa igreja na cidade de Rovinj, na atual Croácia, onde pode ser visitado.

Santa Cláudia, mártir, +304

Mártir com Alexandra e Theodotus em 304 d.C durante a perseguição Imperador Diocleciano (284-305). Theodotus era o curador de Ancyra, Galtia (moderna Turquia) e foi o responsável pelo sepultamento de Claudia por que ela e Alexandra se recusaram a tomar parte numa cerimonia pagã e a repudiar a sua fé. O imperador Diocleciano mandava queimar os restos dos corpos para que não fossem sepultados e lembrados. Theodotus cuidou do sepultamento dos remanescentes do corpo de Cláudia e Alexandra, mas foi traído por um apóstata e foi também martirizado. Mais tarde, os restos de Santa Claudia foram recuperados por outros cristãos e levados para Malus onde recebeu um enterro adequado e suas relíquias foram trasladadas para um santuário numa capela com o seu nome. O seu túmulo tornou-se local de peregrinação e vários milagres foram creditados à sua intercessão. É muito venerada na Grécia e Rússia

sexta-feira, 19 de março de 2010

São José - 19 de Março

Esta celebração tem profundas raízes bíblicas. José é o último patriarca que recebe as comunicações do Senhor através da humildade via dos sonhos (Gn 28,12-14; Mt 1,20-24). Assim como o o antigo José, é homem justo e fiel (Mt 1,19) que Deus pôs como guarda da sua casa. Ele liga Jesus, rei messiânico, à descendência de Davi (Mt 1,1-16; Lc 3,23-38). Esposo de Maria e pai putativo, guia a sagrada Família na fuga e no retorno do Egito, fazendo o caminho do Êxodo (Gn 37;50,22-26; Mt 2,13-21). O Papa Pio IX declarou-o patrono da Igreja universal e João XXIII  inseriu seu nome no Cânon romano.

Oração
Deus todo poderoso,
pelas preces de São José,
a quem confiastes as primícias da Igreja,
concedei que ela possa levar à plentude
os mistérios da salvação.
Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
na unidade do Espírit Santo. Amém.

quarta-feira, 17 de março de 2010

O Pecado Original

Vemos e sentimos o pecado original 
Papa Bento XVI


O Papa Bento XVI aproveitou a catequese desta quarta-feira, durante a audiência geral, diante de 7 mil peregrinos reunidos na Sala Paulo VI, para explicar a doutrina cristã sobre o pecado original.

Seguindo com o ciclo de catequeses sobre São Paulo, o Papa expôs a doutrina do apóstolo dos povos sobre o pecado original e a redenção, contida na Carta aos Romanos, que constitui a primeira e essencial elaboração teológica sobre este dogma da Igreja. Pois bem, pergunta-se o Papa, é possível crer hoje no pecado original? “Muitos pensam que, à luz da história da evolução, já não haveria lugar para a doutrina de um primeiro pecado, que depois se difundiria em toda a história da humanidade. E, em conseqüência, também a questão da Redenção e do Redentor perderia seu fundamento”, explica.

Contudo, o que é inegável é a existência do mal e a “necessidade que o homem experimenta de ser redimido dele”, que, afirma o Papa, percorre toda a história humana. Essa necessidade, continua, “o desejo de que o mundo mude e a promessa de que se criará um mundo de justiça, de paz e de bem, está presente em todas as partes: na política, por exemplo, todos falam da necessidade de mudar o mundo, de criar um mundo mais justo. Precisamente isso é expressão do desejo de que haja uma libertação da contradição que experimentamos em nós mesmos.” A questão-chave, acrescenta o Papa, é que explicação ontológica buscou o homem para esse mal que, como dizia Pascal, e também Paulo, converteu-se em “uma segunda natureza” no homem.

A solução que se dá ao problema é a de considerar que no homem “há dois princípios, um bom e um mal, originais no ser do homem. Na história do pensamento, prescindindo da fé cristã, existe um modelo principal de explicação, com variações diversas”, explicou. Este pensamento, que na Antigüidade era conhecido como dualismo, hoje sobrevive no evolucionismo, que afirma que “o ser como tal desde o princípio leva em si o bem e o mal”, onde o mal “é tão originário como o bem”. O ser seria “uma mescla de bem e o mal que, segundo esta teoria, pertenceria à própria matéria do ser”.

“É uma visão no fundo desesperada: se é assim, o mal é invencível. No final, só conta o próprio interesse. E todo progresso teria de ser pago necessariamente com um rio de mal, e quem quisesse servir ao progresso deveria aceitar pagar este preço. A política, no fundo, se baseia nestas premissas; e vemos os efeitos delas. Este pensamento moderno, no final, só pode trazer tristeza e cinismo.” Contudo, a esta visão se opõe à fé, segundo a qual “não há dois princípios, um bom e um mau, mas há um só princípio, o Deus criador, e este princípio é bom, só bom, sem sombra de mal”.

Portanto, o ser “não é uma mistura de bem e de mal; o ser como tal é bom, e por isso é bom existir, é bom viver”. “Este é o alegre anúncio da fé: só há uma fonte boa, o Criador. E por isso, viver é um bem, é algo bom ser um homem, uma mulher, é boa a vida”, acrescentou. Diante disso, está o mistério do mal, mas a fé afirma que este “não vem da fonte do mesmo ser, não é igualmente originário”, mas procede “de uma liberdade criada, de uma liberdade abusada”. Ao não ser original, “o mal pode ser superado. Por isso, a criatura, o homem, é curável. As visões dualistas, também o monismo do evolucionismo, não podem dizer que o homem pode ser curado; mas se o mal procede só de uma fonte subordinada, é certo que o homem pode ser curado”. O segundo grande mistério de luz do cristianismo, explica o Papa, é que o homem “não só pode ser curado, mas está curado de fato. Deus introduziu a cura. Entrou pessoalmente na história. À permanente fonte do mal opôs uma fonte de puro bem. Cristo crucificado e ressuscitado, novo Adão, opõe ao rio sujo do mal um rio de luz”.

Esta é, em síntese, a doutrina cristã do pecado original, que São Paulo já apresentava ao falar da redenção realizada em Cristo, o “novo Adão”. Ao apresentar a oposição entre Adão e Cristo, explica o pontífice, Paulo o faz “para evidenciar o incomensurável dom da graça em Cristo, Paulo insiste no pecado de Adão: se não tivesse sido para demonstrar a centralidade da graça, ele não teria se dedicado a falar tanto do pecado. Na fé da Igreja amadureceu a consciência do dogma do pecado original, é porque este está ligado inseparavelmente a outro dogma, o da salvação e da liberdade em Cristo”, concluiu.

Quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Por Inma Álvarez





Formas de citações em Documentos Acadêmicos

Citação


NBR 10520 – “é a menção no texto de uma informação colhida em outra fonte”, podendo aparecer como transcrição literal ou como paráfrase, de fonte escrita ou oral. Portanto, elas dão credibilidade ao texto e respaldam as idéias transmitidas pelo autor. Porém, é importantíssimo levar em consideração o contexto em relação ao texto original. Deve-se ter cuidado, ainda, para não truncar a idéia inicial do texto do qual se origina.

Citação DIRETA (ou textual) – a transcrição que utiliza as próprias palavras do autor consultado. Portanto, quando é feita a transcrição literal das palavras extraídas da outra fonte exatamente como elas se encontram.
Ex.: “Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da filosofia [...]"  (DERRIDA, 1967, p. 293).

Citação INDIRETA (paráfrase) – aquela em que são reproduzidas as idéias de um autor sem transcrevê-las, podendo até resumí-las. Quando se transmitem as idéias do outro utilizando nossas próprias palavras. Pode, ainda, variar conforme a sua extensão.
Ex.: A ironia seria assim uma forma implícita de heterogeneidade mostrada, conforme a classificação proposta por (AUTHLER, 1982).

Citação da citação (direta ou indireta) – aquela que se refere a outras obras citadas por diversos autores, às quais não se teve acesso.

Obs.: Em casos de citação DIRETA, caso esta ocupe ATÉ TRÊS LINHAS do texto, deve ser incluída, entre aspas duplas, dentro do próprio texto, com a mesma fonte e o mesmo tamanho. Caso a citação ultrapasse a quantidade de três linhas do texto, deve, então, vir separada deste, em parágrafo próprio, RECUADO da margem esquerda. Faz-se este recuo através da régua do Word, levando-a a 4cm da margem esquerda em direção ao centro. A fonte deve ser menor do que aquela utilizada no corpo do texto, com espaçamento simples e não deve se apresentar entre aspas. Caso se façam necessárias omissões, estas são indicadas através da utilização de reticências de três pontos dentro de colchetes.

a) Com até três linhas - deve vir no texto entre aspas duplas.
a.a) Aspas duplas: são indicadas para as transcrições literárias de um texto.
“A cidade não tem necessidade de sol nem de lua que a iluminem. Pois a glória de Deus a ilumina e sua luz é o Cordeiro [...]”. (PEREIRA, 2009, p. 34).

a.b) Aspas simples: são empregadas para citação já aspada no texto. Em caso de haver uma citação já aspada dentro do texto citado e que deve ganhar novas aspas, as primeiras aspas são transformadas em aspas simples. As aspas simples são utilizadas para indicar citação no interior da citação.
“É muito importante que os fiéis compreendam com facilidade os sinais dos sacramentos e com muito zelo frequentem os ‘sacramentos que foram instituídos’ para alimentar a vida cristã”. (PEREIRA, 2009, p. 43).

b) Com mais de três linhas - deve vir em parágrafo próprio, com recuo na margem (4 cm da margem esquerda, pela régua word), corpo da letra menor que o texto, em espaço simples e sem aspas.

Exemplo:
Os livros das leituras que se utilizam na celebração, pela dignidade que a Palavra de Deus exige, não devem ser substituídos por outros subsídios pastorais, por exemplo, pelos folhetos que se fazem para que os fiéis preparem as leituras ou as meditem pessoalmente. (PEREIRA, 2009, p. 34).

c) Supressão (ou omissão)
    Em casos de acréscimos, interpolações ou comentários, estes devem ser incluídos entre colchetes.
    Início de sentença: “[...].................”
    No meio da sentença: “o estudo da Teologia torna a nossa [...] madura”.

d) Destaque ou ênfase: (grifo, negrito ou itálico).
E, em casos de destaques ou ênfase através do uso de recursos gráficos como negrito ou itálico, deve-se informar ao leitor que o grifo foi feito por arbítrio nosso e não do autor do texto transcrito, isso deve ser feito utilizando-se a expressão (grifo nosso) logo após o grifo na transcrição.

Exemplo:
A teleconferência ou videoconferência (grifo nosso) permite ao indivíduo participar de um encontro nacional ou regional sem a necessidade de deixar seu local de origem. Tipos comuns de teleconferência incluem uso de televisão, telefone e computador. Através de áudio-conferência, utilizando a companhia local de telefone, um sinal de áudio pode ser emitido em um salão de qualquer dimensão (grifo nosso). (NICHOLS, 1993, p. 181)

“Os livros litúrgicos (grifo nosso) sejam quanto antes revistos por pessoas competentes e consultando bispos de diversos países do mundo”.

e) Tradução
Caso se faça uma citação em língua estrangeira, a tradução desta deve vir em nota de rodapé ou de fim, a depender das especificidades do sistema de referência. Também deve aparecer, entre parênteses, a expressão (tradução nossa logo após a citação).

Exemplo:
Iesus Nazarenum Rex Iudaeorum, (tradução nossa) Jesus Nazareno Rei dos Judeus.

Se você fizer uma citação na língua original, a tradução será localizada no rodapé, caso o sistema de citação adotado seja autor-data. Se o sistema de citação for numérico, a referida tradução será localizada no final do capítulo ou do texto.

TRABALHO ACADÊMICO

Expressões Latinas
O emprego dessas expressões, em Monografias, Dissertações e Teses, têm como objetivo principal abreviar citações subseqüentes de uma obra já citada em notas de referência, quando o sistema de citação adotado for o numérico. Não são utilizadas em destaque, ou seja, não devem vir em negrito ou itálico ou travessões, mas na mesma fonte e tamanho do texto.

Usadas no texto
 apud = citado por, conforme, segundo (utilizada para citações de segunda mão).
    Segundo Silva (1983 apud PESSOA, 1995, p. 56) o estudo da administração requer...
 cf.= confira, conforme
 e.g. (exempli gratia) = por exemplo
 i.e. (id est) = isto é
 inf. (infra) = citado ou mencionado abaixo
    Usa-se para indicar obra ou assunto referenciado em seguimento ou em nota de rodapé.
 supra = citado ou mencionado acima, anteriormente
    Usa-se para indicar obra ou assunto referenciado anteriormente.
 sic = tal qual, assim mesmo
    Usa-se para destacar palavras ou expressões julgadas errôneas ou singulares.
 vs. (versus) = em oposição a

Usadas em notas
   Outras são utilizadas em caso de referência feita em sistema numérico
 apud = citado por, conforme, segundo
    SILVA, 1983 apud PESSOA, 1995, p. 56.
 et seq. ou sequentia = seguinte, que se segue
    MOYA; BORANGER, 2005, p. 81 et seq.
 ibidem ou ibid = na mesma obra
    FLOR, 2004, p. 77
  Ibid., p. 110.
 idem ou id = do mesmo autor
    CUPIS, 2007, p. 15.
 Id., 2008, p. 45.
 loc. cit (loco citato) = no local antes citado
    TOMASELLI; PORTER, 2002, p. 45
    TOMASELLI; PORTER, 2002, loc. cit.
 op. cit. (opus citatum, opere citatum) = obra citada (só pode ser usada na mesma página ou folha da    citação a que se refere).
    ARANHA, 2003, p. 52.
    MONTEIRO, 2001, p. 180.
    ARANHA, op. Cit., p. 18
 passim = aqui e ali, em diversas passagens ao longo do texto.
    TEIXEIRA, 2000, p. 25, passim.

Usadas em referências
 ca. (circa) = aproximadamente (para datas)
    [ca. 1999]
 et. al. (et alii) = e outros (as)
    CABRAL, Kira et al.
 S.I. (sine loco) = lugar não identificado
    [S.I.]: Sabiá, 1999.
 s.n. (sine nomine) editora não identificada
    Salvador: [s.n.], 2000.

Obs.: Acompanhando qualquer citação, seja ela direta ou indireta, longa ou curta, deve vir a referência da fonte, de acordo com a norma. Utilizar as palavras ou idéias de um autor sem referenciá-lo é plágio, o que constitui um crime, e denota falta de ética.

terça-feira, 16 de março de 2010

História da Liturgia

1 - A História da Liturgia

1.1. Dos primeiros tempos até o Concílio de Trento

1.1.1 Os IV primeiros séculos:
O livro era a Bíblia tanto o Antigo quanto o Novo Testamento. As comunidades não têm Templo, fazem suas reuniões nas casas de família chamada “igreja doméstica nascente” que aos poucos vai se afastando das sinagogas e do templo do judaísmo. As Orações e as fórmulas litúrgicas ainda não são fixas. Não existem regras litúrgicas precisas. Os gestos não são os mesmos em todas as Igrejas. Cada comunidade desenvolvia suas próprias liturgias e ritos. Começo de formação dos ritos principalmente nos grandes centros (Roma, Antioquia, Alexandria, Constantinopla e Jerusalém). Aparecimento dos Libelos para a Eucaristia, Ofício Divino etc.

1.1.2 Os Séculos IV-VII.
Mais ou menos no ano 350 (segunda metade do séc. IV até 680 final do séc. VII) é que começam a ser escritos os formulários litúrgicos. Recolhimento dos Libelos na primeira metade do séc. VI. Muitos autores atribuem estes formulários aos Papas: Gelásio 492-496; Leão Magno 440-462; Virgílio 537-555.

1.1.3. Os Séculos VIII - XII
Época da compilação dos formulários. Roma recolhe todos os Libelos, separa e entrega as Igrejas para serem seguidos. Acaba a criatividade. Roma diz quem recebe a fé de Roma, deve também receber os livros dela.

1.1.4 Os Séculos XIII - XIV
Período que se fixou à estrutura litúrgica do ano litúrgico, ritual dos sacramentos, canto litúrgico, lecionário.
* A doutrina se tornou mais precisa;
* A Igreja se organizou em comunidade;
* O Natal vem de Roma;
* O judaísmo e o Cristianismo tinham uma fonte comum: o Antigo Testamento (Ex 29,12-18).

1.1.5 Os Séculos XV - XVI
Período de estabilidade. Os problemas litúrgicos passaram para um plano secundário na Igreja. A liturgia passou a ser algo de clero e religiosos. O povão cria suas devoções paralelas. No fim da Idade Média houve uma profunda decadência da liturgia.

1.1.6 O Concílio de Trento 1545 - 1563.
Marcou um ponto de partida de toda a renovação litúrgica. A visão dos livros, dos rituais, para voltar as fontes tradicionais e chegar a uniformidade na celebração. De 1614 a 1903 (três séculos de estabilidade litúrgica, era do rubricismo). O Jurídico tomou lugar na prática do culto. Em 1903 o Papa Pio X deu início a uma reforma profunda: ele promoveu a efervescência do verdadeiro espírito cristão pela participação ativa de todos os fiéis na celebração litúrgica.

O Papa falou do canto litúrgico, comunhão freqüente (1905), comunhão das crianças (1910).
Pio XII continuou sobre o:
* Jejum eucarístico,
* Missas Vespertinas,
* Possibilidade da liturgia da Palavra na língua do povo,
* Restauração da vigília pascal, etc.